Alguns casos de câncer de mama tratados com cirurgia ou quimioterapia poderiam ter regredido naturalmente se deixados sem tratamento, afirmaram cientistas nesta segunda-feira. As informações são do The Guardian.
Um artigo, publicado nos Arquivos de Medicina Interna, diz que os programas de rastreamento identificam tipos de câncer que não representam ameaças à saúde, levando a tratamentos invasivos e desnecessários.
Com o atual avanço da tecnologia, segundo o estudo, já é possível identificar que tipos de câncer regrediriam sozinhos e que tipos seriam malignos sem tratamento.
O pesquisador Per-Henrik Zahl, e sua equipe do Instituto Norueguês de Saúde Pública de Oslo, analisou um programa de rastreamento de câncer introduzido no país.
Os especialistas compararam a incidência de câncer de mama em cerca de 120 mil mulheres, entre 50 e 64 anos, que foram chamadas para realizar três exames de mamografia entre 1996 e 2001, com mulheres da mesma faixa etária no ano de 1992, antes do programa ser introduzido no país.
Os estudiosos concluíram que o número de casos de câncer de mama invasivo era 22% mais alto no grupo que fez o rastreamento, independentemente da idade. Os cientistas afirmam ainda que, em 32 casos, foi registrado regressão da doença.
Apesar do número ser relativamente pequeno, os cientistas dizem que isso não significa que a regressão do câncer seja raro. "Isso pode significar que a doença raramente tem a chance de seguir seu curso natural", afirmam no artigo".
Em um editorial, Robert Kaplan, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e Franz Porzsolt, do Hospital Universitário de Ulm, na Alemanha, asseguram: "Apesar do apelo para a detecção precoce do câncer de mama, a incerteza da importância da mamografia continua".
Segundo Kaplan e Porzsolt, pouco se sabe sobre o que acontece com uma mulher que não é submetida ao tratamento da doença. O que se nota é que um número significativo de mulheres morrem sem saber que tinham a doença.
Alexis Willet, da organização britância "Breakthrough Breast Cancer", acredita que a teoria desenvolvida pela pesquisa norueguesa seja interessante, porém adverte que "atualmente não é possível prever se a doença, identificada precocemente através de mamografias, irá progredir".
Para ele, o que importa é que os programas de prevenção, quando detectam a doença em estágio primário, têm salvado vidas.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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